As gestantes com esta condição sentem contrações dolorosas muito antes da data prevista para o parto. Veja como identificar e tratar o problema!
Quando o parto se aproxima, vários sinais podem deixar a gestante em alerta. E não estamos falando só dos clássicos, como o rompimento da bolsa, viu? Algumas mudanças não tão óbvias do corpo da mulher, como uma maior pressão na pelve ou as chamadas “contrações de treinamento”, também são capazes de indicar que o nascimento do pequeno está quase lá.
O problema é que manifestações físicas como essas nem sempre são fáceis de identificar e podem ser confundidas com outras condições, como é o caso da síndrome do útero irritável, condição em que a gestante sente contrações incômodas muito antes do trabalho de parto.
“Essas contrações podem começar a partir do quarto mês de gestação e acompanhar a grávida até o parto. Em grande parte das vezes, as contrações têm como característica serem mais fortes e doloridas, mas não causam dilatação”, explica Quesia Villamil, ginecologista e obstetra do Instituto Villamil.
Além da sensação da contração uterina, a mulher com esta condição pode sentir sua barriga ficando dura como uma melancia; sentir dor e desconforto na base da barriga e na região lombar; fora o medo e preocupação que podem surgir por conta da contração acontecer tão antes do momento do parto, como lembra a ginecologista e obstetra Naira Scartezzini.
Como diferenciar das contrações de treinamento
As contrações de treinamento, também chamadas de contrações de Braxton Hicks, ocorrem a partir de 20 semanas de gestação e são fisiológicas. “Elas vão tendo intensidade e frequência aumentadas conforme a evolução da gestação. Duram em média 30 segundos e, ainda que possam ser incômodas, não causam dor”, detalha Quesia.
Por outro lado, as manifestações da síndrome do útero irritável podem ser dolorosas e não têm a função de preparar o feto e o organismo materno para o trabalho de parto.
Quando o problema merece uma atenção extra…
“Se você estiver grávida com menos de 36 semanas, é importante alertar o médico se sentir contrações fortes e frequentes (cerca de 3 a 4 contrações por hora)”, indica Quesia.
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Naira acrescenta que o principal ponto a ser observado é o incômodo provocado por essa sensação. Se ele existe e é persistente, o melhor é compartilhar a informação com a obstetra ou ginecologista da gestante, que saberá diferenciar se a manifestação é decorrente da síndrome do útero irritável, se é uma contração de Braxton Hicks ou se eventualmente se trata de uma contração de trabalho de parto.
Sempre que há uma frequência de contrações uterinas maiores, existe um risco maior da paciente entrar em trabalho de parto prematuro, mas essas manifestações não implicam em prejuízo direto ou sofrimento para o bebê dentro da barriga. Assim, com os devidos cuidados, a mulher consegue prosseguir com a gestação até a data prevista para o parto.
Quais são os principais tratamentos?
O tratamento da síndrome do útero irritável é muito individualizado e depende da rotina da gestante e do que o médico identifica como uma possível causa para a condição – lembrando que, de acordo com Naira, não existe um motivo definido para o problema, que pode ser ocasionado por uma junção de fatores.
“Investigações sobre infecções e alterações gestacionais podem ser necessárias e, se houver alguma alteração, é preciso tratar especificamente”, enfatiza Naira. De modo geral, orienta-se que a mulher aumente o consumo de água, evite bebidas e alimentos com cafeína e que faça alguns períodos de repouso de acordo com a dinâmica de seu dia a dia.
“Dependendo do caso, o médico pode pedir para evitar atividades intensas que exijam muito esforço, além de cuidar da ansiedade e do nível de estresse”, complementa Quesia. Há ainda o tratamento medicamentoso com antibióticos, caso a causa principal da síndrome seja um quadro infeccioso.
Matéria publicada em: https://bebe.abril.com.br/gravidez/voce-sabe-o-que-e-a-sindrome-do-utero-irritavel/amp/