Dra. Naira Scartezzini Senna para A Revista da Mulher
Na gestação, o sistema imunológico passa por mudanças e aumenta o risco de gripes e resfriados. Saiba como amenizar o mal-estar e evitar novos contágios.
Basta o sistema imunológico cair para o vírus da gripe aparecer. O problema se torna ainda mais comum durante a gravidez. Isto porque neste período o corpo da mulher passa por diversas mudanças, como o fato do sistema imunológico ficar menos agressivo para não rejeitar o bebê. Se por um lado isso possibilita a continuidade da gestação, por outro aumenta o risco de infecções, como a gripe na gravidez.
Sintomas como dor de cabeça e no corpo, nariz entupido e tosse aparecem e afetam a qualidade de vida da futura mamãe. No entanto, diferente de outras situações em que medicamentos antigripais podem resolver, na gravidez muitos deles são proibidos, por colocar em risco a vida do bebê. Por isso, a prevenção e o tratamento são as melhores formas de lidar com o problema.
Tratando a gripe na gravidez
Caso ocorra gripe na gravidez, a primeira atitude é evitar o uso de qualquer tipo de medicamento sem a orientação médica. Durante a gestação, até mesmo aquele antigripal que parece ser inofensivo pode colocar a vida do bebê em risco.
“Não existem medicações específicas para eliminar o vírus influenza de uso nas gestantes. Tratamos os sintomas causados pela gripe”, explica Naira Scartezzini Senna, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade de São Caetano.
Neste caso, o tratamento inicial inclui repouso e hidratação. “Durante a gripe a paciente perde muito líquido pelo suor, produção de secreção nasal e respiração bucal, causada pela congestão, sendo essencial se hidratar”, explica Naira. A dica da especialista é aumentar o consumo de água, sucos, chás e sopas.
Entre os demais sintomas está ainda o desconforto nasal. Este pode ser resolvido com o uso de soro fisiológico e umidificador de ambiente. “Eles são ótimas opções descongestionante das vias aéreas sem uso de medicamentos”, pontua a médica.
Receitas caseiras funcionam?
Segundo Naira, as famosas receitas caseiras não vão eliminar o vírus da gripe na gravidez, mas podem sim amenizar os sintomas. “Chás, o uso do mel, sopas e caldos se apoiam no princípio inicial da hidratação e repouso”, explica.
Entre as receitas de chás para gripe, a ressalva fica apenas com as ervas que contêm cafeína. Essas devem ser evitadas durante a gestação. Para complementar a atenção caseira, Naira ressalta montar um cardápio balanceado, incluindo a ingestão de frutas, verduras e legumes.
Quando procurar um obstetra
Se mesmo após todos esses cuidados os sintomas da gripe, como falta de ar, febre e prostração, continuarem, a grávida deve procurar um médico. “Em gestantes asmáticas a atenção é redobrada, já que a infecção respiratória pode deflagrar crises de broncoespasmo”, alerta a ginecologista e obstetra.
Previna a gripe na gravidez
A única forma de evitar a gripe na gravidez é diminuir a transmissão do vírus que acontece pela inalação de partículas contaminas suspensas no ar. Para isso, todas as pessoas, em especial as que convivem com as gestantes, devem seguir uma “etiqueta respiratória”.
“Aconselha-se que ao tossir ou espirrar a pessoa cubra com lenço descartável ou o antebraço, a boca e o nariz”, explica a ginecologista e obstetra. Assim os vírus não se propagam com tanta facilidade.
A grávida deve ainda redobrar os cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos e fazer uso de álcool gel sempre após o contato com superfícies de locais público. Com essas atitudes já é possível evitar a contaminação pelo vírus. Além, é claro, da vacinação contra a gripe.
“A vacina contra a gripe é segura e bem tolerada, sendo nossa maior arma na prevenção. Ela é indicada anualmente pelo Ministério da Saúde para gestante e puérperas, que são as mulheres até 45 dias após o parto”, finaliza Naira.
Dra. Naira Scartezzini Senna para a Revista da Mulher
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