Dra. Renata Alves
Dermatologista
CRM-SP 131438
Assim como os diversos órgãos e sistemas da mulher, a pele também sofre modificações durante a gravidez e merece atenção durante este período. Algumas delas são tão frequentes que recebem o nome de alterações fisiológicas (normais). Destas, algumas são transitórias e outras podem persistir após o parto. Abaixo, comentaremos um pouco sobre as alterações fisiológicas mais observadas na pele da gestante.
Alterações pigmentares
São as mais frequentes (até 90% das grávidas) e ocorrem principalmente nas mulheres de pele morena ou negra. O escurecimento (hiperpigmentação) pode ocorrer tanto na pele como nas mucosas. Os locais mais acometidos são: aréolas mamárias, linha nigra, genitália e axilas. Estas alterações geralmente desaparecem alguns meses após o parto e não necessitam de tratamento específico.
O melasma (cloasma) pode acometer 50 a 70% das gestantes. A radiação ultra violeta (exposição ao sol) é a principal causa de seu aparecimento, mas fatores hormonais, genéticos e raciais também influenciam. Manifesta-se como manchas castanhas, na maioria das vezes simétricas, nas “maçãs do rosto”, queixo, nariz, testa e acima dos lábios. Surge geralmente no 2º trimestre, mas é mais evidente no 3º trimestre da gestação. Tende a desaparecer no pós-parto, mas cerca de 30% das mulheres podem persistir com as lesões.
A presença destas manchas pode gerar um importante impacto psicológico, pela mudança estética no rosto das mulheres, e merece especial atenção durante a gestação. A principal medida é a prevenção! É necessário usar diariamente o protetor solar, que deve ter um FPS alto (30 ou mais) e ser reaplicado durante o dia. O tratamento durante a gravidez é limitado já que a maioria dos clareadores não tem segurança comprovada para o uso nesta fase. Contudo, após o parto e término da amamentação, as opções de tratamento aumentam e a mulher já pode fazer uso de ácidos e clareadores mais potentes.
É importante lembrar que o melasma tem um comportamento crônico e com frequentes recidivas.
Alterações do Colágeno
As estrias estão presentes em mais da metade das mulheres grávidas. Geralmente surgem no fim da gravidez em áreas de intensa distensão cutânea. São consideradas cicatrizes e inicialmente são vermelhas ou violáceas, tornando-se brancas com o passar do tempo. O aparecimento está relacionado ao ganho excessivo de peso, tamanho do bebê e fatores genéticos e hormonais. São mais comuns na barriga, mamas, glúteos e coxas. A prevenção pode ser feita através do controle do ganho de peso com o obstetra, além do uso diário de cremes hidratantes (de preferência após o banho).
As estrias são permanentes, o que pode afetar a autoestima destas pacientes. Após o parto, tratamentos a base de ácidos, peelings e laser podem atenuar estas marcas, ficando com um bom resultado estético.
Alterações dos Folículos Pilosos
Durante a gestação, ocorre um aumento do diâmetro dos fios (ficam mais grossos) e frequentemente observa-se um maior número de pêlos em algumas regiões como braços, face e linha nigra.
Após 2 a 6 meses do parto, é comum ocorrer o chamado eflúvio telógeno, uma queda difusa e rápida dos fios de cabelo, que dura em média 3 meses. A maioria tem resolução espontânea, mas algumas mulheres podem apresentar uma rarefação mais intensa e necessitar de um tratamento específico com o médico dermatologista.
Lembretes importantes:
A gestação é um período que demanda cuidados ao bebê e, também, à mãe.
Os cuidados adequados com a pele são importantes para manter a saúde e beleza da mulher.
O uso diário de protetor solar e hidratante é a melhor medida de prevenção. Consulte o seu médico sobre quais produtos são seguros nesta fase.
Evite sempre a auto-medicação. Isso pode causar danos à mãe e ao bebê.
Dra. Renata Alves
Médica Dermatologista
CRM-SP 131438
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